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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Lançamentos e modelos 2014 em outros mercados. Parte 1 - Honda.

Por Waldyr Costa
Imagens divulgação.

Num 2013 de renovação, lançamentos e novos conceitos, a Europa está preparada para um bom ano em 2014.

Faz tempo que tivemos um ano tão gordo de lançamentos, novidades, remodelações e renascimentos. 2013 foi realmente um ano de recuperação do mercado. Na Europa e na América do Norte os países estão regulamentando, ou melhor, legalizando a liberdade de circular nos corredores entre os carros, o que eles chamam de split lane, em inglês. Os Estados Unidos tiveram finalmente um salão exclusivo para motos - impressionante nunca terem tido um antes, não? A Europa abriu a legislação aos motoristas de carros, que não precisam mais de licença específica para pilotar motos ou scooters até 125cc. Sendo assim, que tem carteira B, esta passa a valer também como carteira A (125cc) somente para motos de baixa cilindrada - deveriam fazer o mesmo no Brasil. Isso melhorou muito a acessibilidade e o mercado de motos pequenas. A adesão foi bastante significativa. As motos elétricas finalmente chegaram ao patamar de desempenho daquelas com motor à combustão, embora ainda percam muito em autonomia e no tempo de recarga. Espera-se que em 5 anos isso esteja definitivamente resolvido. As soluções políticas e os incentivos, tanto financeiros como de engenharia de trânsito, favorecem à adoção de transporte individual, seja ele moto, bicicleta ou qualquer outro meio mais eficiente do que ficar preso numa sala de visita sobre quatro rodas, no meio do trânsito, em pausa por tempo indeterminado. Pena que aqui no Brasil fica aparecendo um palhaço depois do outro na política, com as soluções mais imbecis e irracionais que se possa imaginar. As açoes são insuficientes e ineficientes, quando não, absurdas. Salvo raras excessões. Mas depende de nós para melhor isso. Mas antes vamos ver o que tem lá fora e o que só ficaremos na torcida para termos aqui.


Moto conceitual automodulável da Kawasaki foi um dos destaque na sua apresentação no EICMA 2013.

Vamos começar pelas quatro grandes japonesas, Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha. A Honda fez muitos lançamentos esse ano e o seu portifólio fora do Brasil está sendo completamente renovado. A Kawasaki teve menos novidades, mas apresentou o projeto de um motor sobrealimentado com turbina, porém manteve em segredo qualquer dado técnico ou aplicação do seu protótipo. A Suzuki teve somente a V-Strom 1000 como novidade, pois os demais lançamentos da marca no Brasil já estão completando pelo menos um ano na Europa e muita coisa foi apenas protótipo, como a moto 600cc com motor turbo. A Yamaha também teve as suas novidades, com destaque para as novas MT.

HONDA
Vamos conhecer a linha da Honda na Europa. Nem todos os modelos são lançamentos, mas é interessante conhecer o que não temos aqui para saber em qual patamar está nosso mercado e entender um pouco da visão da Honda sobre ele. Além de abrir algumas dúvidas e "por que não" a respeito de alguns modelos. 

A pequena urbana MSX 125 Grom. Já escevemos sobre ela aqui.

Na Europa a 125 da Honda é bem mais bonita que a brasileira e se chama CBF 125.
Eles deviam ter adotado esse design aqui. Ficaria melhor que o atual.

Lá também tem a versão esportiva CBR125R, que nem é cogitada para ser lançada no Brasil. Hora de rever os conceitos.

A Varadero 125 utiliza motor V2 e é umas das pequenas mais modernas da Honda européia. Por que nós não?

Utiliza um moderno motor de melhor desempenho que o brasileiro e a moto é também muito superior à nossa.
Would you like to come to Brazil?

Com a mesma motorização e quadro, há a belíssima versão motard, denominada CRF 250 M.

A CBR300R decepcionou alguns que esperavam motorização de dois cilindros capaz de competir com a Ninja 300.
Sonhos desfeitos. Mas a moto é boa e bonita, só não é de briga. Ela foi espelhada no desenho da CBR500R.

A CB500X guarda grande semelhança com a NC750X e já está garantida para o Brasil.
Mesmo motor e quadro da CB500F, com tanque maior e suspensões modificadas.

A nova CBR600RR também está acaminho do Brasil. As remodelações ficaram basicamente na estética.
Pouca coisa mecânica foi melhorada nesta já excelente 600 superesportiva.

A CB650F foi anunciada pela Honda como a moto que encerra o ciclo das Hornet e abre um novo ciclo com outro conceito.
A moto tem especificações equivalentes às da CBF600 que também saiu de linha.
É quase certa sua vinda para o Brasil, mas devido às boas vendas da Hornet, isso pode demorar um pouco.

A versão esportiva é a CBR650F, mas a motorização mais mansa certamente vai gerar alguma polêmica quando ela chegar aqui no Brasil.
Mecanicamente a moto é totalmente nova e segue um novo conceito da Honda com as motocicletas mais mansas, econômicas,
fáceis de pilotar e confortáveis. Além do preço ter baixado para um patamar inferior. 

CTX700, a mesma motorização da NC700X neste novo conceito de custom moderna.

Uma variação do mesmo modelo sem a carenagem é a CTX700N, uma custom naked com a mesma frente da NC750S.

A NT700V Deauville utiliza a motorização V2 de 680cc e parte da estrutura na XL700V Transalp.
Já vem pronta para viajar é a média de turismo da Honda. Sua última atualização estética foi em 2010.
Confortável e pesadona, ela beira os 250kg com o tanque cheio.


O mega scooter Integra compartilha o mesmo quadro, motor e suspensão das NC.
Esta versão também ganhou a atualização de motor e passou a ser 750cc, com pequenas alterações mecânicas e estéticas.

A NC750S é um upgrade da NC700S, modelo que deveria ter vindo para o Brasil junto com a NC700X, pois utiliza mesmo
quadro, suspensões e motor, além de muitas peças de acabamento.  As duas NC são quase a mesma moto, apenas as frentes são diferentes.
Quem sabe agora com o reposiocionamento de preço que a Honda fez na NC700X, a deixando mais cara para "afastá-la"
das CB500 (no preço - especificamente a CB500X que vem aí) e também por ter passado a ser 750cc, ela não vem pro nosso mercado?

A nova motorização deixa a NC750X mais afastada das 500.
Mas aqui no Brasil a chegada da CB500X pode por em xeque a permanência deste modelo em nosso mercado.
A suas chances estão no fato de que a Honda não fez uma versão CB650X.
Assim ela tem chance de vir e trazer junto a Integra e a NC750S, que no frigir dos ovos, são a mesma moto.

Esta é a Crossrunner, uma versão crossover da mítica esporte turismo VFR800.
Utiliza a mesma base, o motor é o fantástico V4 com décadas de evolução, um dos melhores motores da história da Honda.
Esta versão não obteve o sucesso esperado pela Honda,  o que resultou na revitalização da VFR.

Esta é um mito vivo. Uma moto quase perfeita, extremamente equilibrada e a referência de sempre em esporte turismo.
A Honda a deixou relegada a segundo plano por alguns anos, mas o sucesso esperado para a Crossrunner não chegou
e a Honda se voltou à sua "deusa" e a renovou. Ela renasce como VFR800F, tem um quadro excelente e um excepcional motor V4.
É uma esporte turismo por excelência.

Com alguns anos no mercado, a CBF1000 tinha duas irmãs gêmeas CBF600 e a CBF500.
A 500 foi descontinuada em 2007, junto com a CBR1100XX Super Blackbird.
A CBF600, que também tinha aversão S semi-carenada, saiu de linha no ano passado.
Este ano é o canto do cisne da CBF1000, que usa o motor da CB1000R numa versão bem mais mansa
e era a única concorrente da Honda para a Suzuki GSX1250FA.
Nunca tivemos este modelo no Brasil. Aliás, nenhum modelo da sárie CBF aportou em nossas terras.

A Honda deu uma melhorada na CBR1000RR Fireblade.
Ela foi apresentada no EICMA 2013 e deverá estar brevemente no Brasil.

Uma versão especial que também foi apresentada no EICMA 2013 foi CBR1000RR Fireblade SP,
com componentes especiais, mais leves e materiais mais nobres. Não sabemos se esta edição "sobrará" para o Brasil.
Para os amantes deste modelo seria uma festa.


CB1100, é a continuação do legado das Four. CB750 Four, CB500 Four, CB 400 Four...
Quem tem mais de 40 certamente já viu ou pilotou uma dessas. Essa nova moto traz a essência das CB: conforto,
tranquilidade, força e robustez, sem perder a elegância e o glamour dos anos 70, que ainda estão presentes nos seus traços.

A 1100 é uma moto bem sucedida e os clientes pediram insistentemente uma versão mais clássica ainda, puro estilo retrô,
com rodas raiadas. A Honda não os decepcionou e para 2014 apresentou esta versão chamada de CB1100EX.

A CB1300S é a versão carenada da CB1300 Four que já esteve em nosso mercado.
Ela continua firme e forte para 2014, tendo inclusive algumas melhorias em relação ao modelo 2013.

CTX1300. Um novo estilo baseado na ST1300 Pan European,
utiliza um motor boxer de 4 cilindros e foi feito na mira do mercado norteamericano.

A ST1300 Pan European já é um tradicional modelo da Honda, mas que vem sendo atualizado ao longo dos anos.
É uma das melhores estradeiras (cruisers) da marca e empresta à nova linha CTX.
Não é muito fácil de entender como este modelo nunca foi vendido aqui, mas a Gold Wing sim.

VT1300 Fury. Modelo desenvolvido para o  mercado norteamericano, chega à Europa cheio de estilo e elegância.
Não é um protótipo nem um conceito. Tem mais de um ano de sucesso e já sai "estilosa" assim de fábrica.

Esta moto é uma variação da nossa conhecida Gold Wing, usa o mesmo nome com o complemento F6B.
Esta variação tinha na ponta da batuta o mercado dos EUA e agora chega também a Europa.
Faz par com a F6C abaixo, que é outra versão da mesma moto.
O estilo não nega que elas são uma Gold Wing aliviada para um passeio mais curto e despojado.


Os lançamentos internacionais, como todos viram, superam e muitos os nacionais. Apesar de nosso mercado estar bem amadurecido, o que falta para chegar no patamar do europeu é muito mais que o caminho que evoluímos nos últimos 30 anos. Culturalmente, socialmente e civilmente ainda estamos demasiadamente defasados. Há uma longa jornada até nos tornarmos civilizados, respeitarmos os outros assim como queremos ser respeitados (parodiando o livro sagrado dos cristãos) e então estarmos num nível aceitável. Ainda somos um imenso território de terceiro mundo, aos olhos dos países desenvolvidos. Para eles não somos muito diferentes dos países africanos e asiáticos, como a Índia, por exemplo. Nem tanto, porém nem tão pouco. Ainda somos uma bagunça, aceitamos as incoerências políticas e sociais sem tomar atitude. Ir nas redes sociais, como o Facebook, e ter uma crise histérica não resolve nada. Precisamos de atitudes físicas e comportamentais. Fazer movimentos, cobrar dos políticos, fazer pressão ativa, seja ela por e-mail, ação judicial ou protestos pacíficos, mas com objetivos bem definidos. Precisamos lutar para conquistar. É assim que se ganham as guerras. Muitas batalhas ganhas e perdidas para conseguir conquistar e valorizar a conquista, preservando seus valores e cuidando para não perdê-la. 

Nas próximas postagens veremos mais modelos das outras japonesas.
Clique abaixo para ler.
Parte 2 - Kawasaki.
Parte 3 - Suzuki.
Parte 4 - Yamaha.

6 comentários:

  1. Para quando o novo modelo pan European, já que o ultimo data de 2002 embora com algumas alterações?

    Simpatizante da Honda e claro da pan European.

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  2. Então para quando o então e tanto esperado novo modelo da pan european, que estava previsto sair na ultima feira de Milão 2014.
    Será uma realidade ou não passa de uma miragem.....

    Simpatizante da Honda e obviamente da pan european isto é até ver, caso contrário terei que optar por outra marca mas no mesmo estilo.

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    1. Olá motociclista,

      A Honda não costuma atualizar os modelos de turismo com a mesma frequência que faz com os modelos superesportivos. Mas está progressivamente atualizando toda a linha com o estilo de desenho que tem adotado nos lançamentos recentes. Não há informações seguras de que a Pan European será atualizada para 2016. Para 2015 permanece o mesmo design que está na imagem acima.

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  3. O brasil é um pais hiper continental que teria mercado para todas as motos grand touring, o problema é algumas estradas que são pessimas e os assaltos constantes a estradeiros, mas que o brasil tem publico pra essas motos pode apostar que sim...

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    1. É isso mesmo Paulo. Obrigado por ter dado a sua opinião.

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  4. Simpatizante da Honda e como possuo uma Pan-european, sinto-me um pouco desiludido pois entendo que já está na altura de criarem um novo modelo, ou acabarei por ter de optar por outra marca do mesmo estilo conforme dito anteriormente.
    Já são 13 anos da mesma sopa!!!

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